O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do Banco Central (BC) e indicado para assumir a presidência da instituição, destacando sua competência e autonomia. Lula afirmou que, se Galípolo considerar necessário aumentar a taxa básica de juros, isso será positivo. No entanto, enfatizou que o presidente do BC deve considerar também os interesses da indústria e do comércio, além do mercado financeiro, criticando o atual nível da Selic.
Lula expressou sua habilidade em lidar com o BC, criticando a percepção de que o presidente da instituição deve ser um representante do sistema financeiro. Ele defendeu que o líder do BC deve ser alguém que valorize a soberania nacional e tenha o bem do país em mente.
Durante uma entrevista, Lula mencionou que, se Galípolo sugerir um aumento nos juros, ele apoiaria a decisão. Ele comparou a autonomia de Galípolo à que Henrique Meirelles teve durante seus mandatos anteriores, destacando a importância de explicações claras para qualquer ajuste nas taxas de juros.
O presidente lembrou que Fernando Henrique Cardoso teve quatro presidentes do BC durante seus mandatos, enquanto Meirelles permaneceu por oito anos. Lula afirmou que, se dependesse dele, Meirelles teria continuado no cargo, ressaltando a importância da estabilidade na liderança do BC.
Lula destacou que o BC tem dois mandatos principais: manter a inflação dentro da meta e controlar o crescimento econômico. Ele também defendeu que o presidente da República deveria ter o poder de nomear e destituir o presidente do BC, questionando a ideia de que o cargo é intocável.
O presidente criticou o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, acusando-o de agir mais como político do que como economista. Lula também mencionou que Campos passa mais tempo em Miami do que no Brasil e criticou o nível atual da Selic, que está em 10,5% ao ano.
Por fim, Lula afirmou que a taxa de juros no Brasil atualmente não tem justificativa, reforçando sua crítica ao patamar elevado da Selic. Ele reiterou a necessidade de uma política monetária que considere o desenvolvimento econômico do país.