Os pedidos de indenizações às seguradoras no Rio Grande do Sul já alcançam R$ 3,855 bilhões, uma alta de 132% frente ao levantamento de 24 de maio, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). De acordo com o levantamento da entidade, número de acionamento das apólices já alcança 48.970 solicitações.
Na primeira divulgação feita pela CNseg, há cerca de um mês, havia 23.541 pedidos e um valor de R$ 1,673 bilhão. Nesse período, houve crescimento de R$ 2,2 bilhão em valores.
Segundo o presidente da confederação, Dyogo Oliveira, a perspectiva é que o número continue aumentando. “Por isso, vamos fazer uma terceira divulgação de números das seguradoras daqui a um mês”, disse. Ele reiterou que, em sua visã, trata-se do maior impacto de um único evento da história no setor de seguros.
Segundo o levantamento, em termos de quantidade de registros, o ramo agrícola apresentou o maior aumento, de 993 pedidos para 2.215 solicitações.
Em termos de valores, o ramo de grandes riscos teve o maior aumento. Houve um salto de 62,2%, de R$ 815 milhões em 24 de maio para R$ 1,322 bilhão atualmente. Em termos de número de pedidos, o segmento saiu de 386 para 599.
O ramo auto alcançou um volume financeiro de indenizações solicitadas de R$ 1,277 bilhão. Em maio, a cifra estava em R$ 557 milhões. A quantidade de solicitações saiu de 8.216 para 19.067 registros.
O residencial e habitacional cresceu de R$ 239 milhões no mês passado, para R$ 524 milhões na segunda metade de junho. Em número de solicitações, houve avanço de 11.396 para 22.673.
Outros ramos agregados subiram de R$ 322 milhões para R$ 580 milhões. Os pedidos saíram de 2.450 para 4.316.
“Acreditamos que nas próximas semanas o número [de pedidos de indenizações] deve continuar crescendo”, afirmou Oliveira. “As chuvas voltaram a aumentar [no Rio Grande do Sul] então a situação ainda não está estabilizada”, acrescentou.
De acordo com o dirigente, uma dificuldade para estimar o tamanho das perdas seguradas no Estado recai sobre a falta de visibilidade ainda dos dados efetivos que as enchentes causaram. “Os grandes riscos foram, entre os ramos, aquele que mais teve aumento de valores. E é onde é mais difícil estimar, porque se fala em seguros empresariais, de plantas fabris, indústrias e é muito difícil estimar o impacto antes de as águas baixarem.”
O presidente da CNseg reiterou ver o setor de seguros capaz de absorver o volume de indenizações requerido. “São volumes perfeitamente cobertos pelas capacidades das seguradoras brasileiras, que, além das reservas técnicas, contam com ativos próprios e com os sistemas de resseguros nacional e internacional”, afirmou.
Oliveira ressaltou ainda que a confederação “não verificou nenhuma concentração [de pagamentos de indenizações] em nenhum seguradora específica, há uma diversificação no mercado”.