O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo contundente à classe empresarial para que abandonem os interesses particulares e atuem em prol do equilíbrio econômico do país. Em pronunciamento recente, Lula questionou o comprometimento dos empresários, políticos e dirigentes com o espírito de fraternidade e responsabilidade social, ressaltando a importância de uma postura colaborativa diante dos desafios econômicos que o Brasil enfrenta.
Lula destacou que o debate público das medidas econômicas anunciadas pelo governo tem sido dominado por interesses pequenos, que prejudicam a busca por soluções efetivas para os problemas do país. O presidente pediu que os agentes políticos e empresariais pensem no bem maior do Brasil, ressaltando que a responsabilidade pelo desenvolvimento nacional deve ser compartilhada e que o empresariado precisa assumir um papel ativo no cuidado com o país, sem transferir a responsabilidade exclusivamente ao Congresso ou ao Executivo.
Durante o discurso, o presidente também se mostrou cansado das reclamações recorrentes dos empresários sobre a carga tributária, mesmo com os números indicando que os impostos estão no menor patamar desde 2021. Lula apontou que as discussões muitas vezes ignoram o impacto das dívidas fiscais e das desonerações que somam valores bilionários, enquanto as críticas se concentram em cortes em áreas essenciais como educação e saúde.
No evento “Combustível do futuro chegou: E30 e B15”, promovido pelo Ministério de Minas e Energia, Lula destacou uma das poucas medidas recentes que recebeu aprovação do setor empresarial desde o início de seu governo em 2003. A iniciativa consiste no aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina e biodiesel no diesel, uma medida que visa fortalecer a matriz energética brasileira, promover a sustentabilidade e estimular a produção nacional.
Com o anúncio, a mistura de etanol anidro na gasolina tipo C passará de 27% para 30%, enquanto o percentual mínimo obrigatório de biodiesel no óleo diesel será elevado de 14% para 15%. Essa mudança é vista como estratégica para ampliar o uso de fontes renováveis e reduzir a dependência de combustíveis fósseis, reforçando o compromisso do Brasil com políticas ambientais e energéticas responsáveis.
O presidente Lula aproveitou para enfatizar a importância de um diálogo construtivo entre governo e empresários, buscando construir um ambiente favorável para investimentos e crescimento sustentável. Ele reforçou que o momento exige um esforço coletivo para superar as dificuldades econômicas, combater desigualdades e garantir prosperidade para toda a população.
Além disso, Lula criticou a postura de setores empresariais que adotam uma visão restrita e apontou para a necessidade de pensar em soluções que beneficiem o país como um todo, e não apenas segmentos específicos. O presidente reforçou que o crescimento econômico deve estar alinhado à justiça social, solidariedade e desenvolvimento inclusivo, pilares essenciais para a estabilidade e o progresso do Brasil.
Por fim, o discurso de Lula sinaliza uma tentativa clara de mobilizar o empresariado em prol do interesse nacional, buscando superar resistências e promover uma agenda econômica que contemple a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável. O presidente espera que, com união e espírito de colaboração, o Brasil possa enfrentar seus desafios e trilhar um caminho de crescimento sólido e equilibrado.
Autor: Dmitry Petrov