A prévia da inflação no Brasil, medida pelo IPCA-15, apresentou uma desaceleração em agosto, com um aumento de apenas 0,19%. Este resultado é inferior ao registrado em julho, que foi de 0,3%, e também abaixo da expectativa de 0,2%. Com isso, o índice acumula uma alta de 4,35% nos últimos 12 meses, afastando-se do limite da meta de inflação.
O IPCA-15 de agosto representa a menor alta do ano, superando a variação de 0,21% registrada em abril. Comparado ao mesmo mês do ano anterior, quando o índice subiu 0,26%, a atual taxa é a mais baixa desde a deflação de 0,73% em 2022. Naquela ocasião, a redução das alíquotas de ICMS sobre combustíveis e energia elétrica influenciou significativamente o índice.
Com a desaceleração, o IPCA-15 se afasta do teto da meta de inflação, apresentando uma variação acumulada de 4,35% entre setembro de 2023 e agosto de 2024. Este valor é inferior à taxa de 4,45% do mês anterior. Nos primeiros oito meses de 2024, o índice acumulou uma alta de 3,02%.
Entre os nove grupos pesquisados, oito registraram alta em agosto. Os segmentos de transportes, educação e artigos de residência foram os que mais influenciaram o índice, com aumentos de 0,83%, 0,75% e 0,71%, respectivamente. O único grupo a apresentar queda foi o de alimentação e bebidas, com uma redução de 0,8%.
Os alimentos e bebidas registraram deflação pelo segundo mês consecutivo, com uma queda de 0,8%, mais acentuada que a de julho. O barateamento dos alimentos consumidos em casa, como tomate, cenoura, batata-inglesa e cebola, foi determinante para essa redução. Em contrapartida, o café moído teve um aumento de 3,66%.
O grupo de transportes, que teve a maior inflação, foi influenciado principalmente pelo aumento nos preços dos combustíveis, como etanol e gasolina. No entanto, as passagens aéreas registraram uma queda de 4,63%, compensando parte do aumento de 19,2% observado em julho.
A energia elétrica ficou mais barata em agosto devido ao retorno da bandeira verde, resultando em uma queda de 0,42% nas tarifas. Isso ajudou a conter a alta do grupo de habitação, que subiu apenas 0,18%. O gás de botijão, por outro lado, teve um aumento significativo de 1,93%.
O IPCA-15, criado para medir a variação dos preços nos 30 dias que terminam na metade de cada mês, serve como uma prévia do IPCA, o índice oficial de inflação do Brasil. Ele considera a evolução dos preços em nove grandes grupos e é calculado com base em uma cesta de produtos consumidos por famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos em 11 áreas urbanas do país.