Os avanços do Brasil na aplicação de tecnologia ao setor financeiro estão “virando case” no mundo, afirmou André Bernardes, CEO da Zippi. Em evento organizado pela Inteli, Fundação Estudar e B3 nesta terça-feira (26/03), ele falou a estudantes sobre as oportunidades no setor atualmente. “O Brasil é um dos lugares mais legais do mundo para se trabalhar com tecnologia e mercado financeiro”, resumiu.
“[O País] é referência no mundo em tecnologia no mercado financeiro”, reforçou Elaine Travizzanutto, diretora de engenharia de software da B3. “A gente busca o tempo inteiro estar muito próximos de tecnologias disruptivas e inovadoras. Nem sempre podemos usar, por questões de regulação e cibersegurança, mas sempre buscamos onde podemos chegar com as melhores tecnologias”.
Com inovações como PIX, open finance e Drex, o País tem despontado no cenário internacional. “Tudo começou uns bons dez ou 15 anos atrás, quando o Banco Central começou a fazer um movimento intencional e forte de abrir competição no mercado. Em finanças, tudo é regulado, e quando você tem um regulador com um mandato claro de abrir a competição, começa essa onda de disrupção e de coisas incríveis que estão acontecendo”, afirmou Bernardes.
Como exemplo disso, Elaine Travizzanutto citou os títulos do Tesouro Direto Renda+ e Educa+, lançados no ano passado com o objetivo de atender as pessoas físicas e que facilitam o planejamento financeiro para a aposentadoria e para custear os estudos universitários.
Além da disposição dos órgãos reguladores, Bernardes citou a vontade dos profissionais no Brasil em trabalhar na interseção entre tecnologia e finanças. “Esse é um elemento importante, só se consegue avançar quando há uma base de talentos forte e disposta a dedicar cabeça e energia para resolver os problemas”.
Segundo ele, há duas formas como a tecnologia em finanças pode ajudar um país a crescer e se desenvolver. O primeiro é tornando possível o acesso a serviços financeiros por parte da população e das empresas que antes não eram atendidas. O segundo é promovendo acesso a crédito. “A tecnologia te permite acessar e analisar dados em escala muito maior. Em finanças, isso faz com que você tenha modelos mais dinâmicos de risco e permitem abrir mercado e atender pessoas que antes não se conseguia atender”, disse.